domingo, 17 de julho de 2016

REFERÊNCIAS DO PASTOR DE ALMAS 2


“Porque vós mesmos sabeis, irmãos, que a nossa entrada entre vós não foi vã”. 1 Tessalonicenses 2:1.

Um dos maiores problemas do mundo moderno é a perda de referências, especialmente  referências cristãs. O humanismo traz a ideia de “personalidades ilhas”, ou seja, “não dependa das pessoas”, “não siga exemplos e padrões”, “faça do seu jeito, do jeito que lhe agrade, do jeito que mandar o seu coração”, “seja você mesmo”. Mas as referências existem, referências de conduta de artistas, da música, e até de terroristas, bandidos e assassinos, prova disso é o grande número de admiradores de Che Guevara e o crescente número de adeptos do EI. A Igreja também sofre com essa tendência de perda de referências, por isso necessitamos renovar, refrescar e fortalecer sempre nossa mente e coração com as referências sólidas de conduta e comportamento que a Bíblia nos apresenta.

O testemunho de Paulo serve para os líderes e crentes em geral, pois ele é apresentado na Bíblia como um Apóstolo de Cristo. Além disso é inegável que apesar de seus defeitos, após sua conversão ele foi transformado pela graça de Deus e feito nova criatura em Cristo Jesus. Por isso líderes e leigos tem em Paulo uma referência, um exemplo e modelo de vida cristã a ser seguido.

Além disso, na Bíblia Deus está falando conosco através do exemplo de vida de Paulo. Nos acertos dele temos os ensinamentos de vida, o exemplo a ser seguido; nos desacertos vemos a graça de Deus em ação na vida dele, assim como Deus age em nossa própria vida.

Pastor de almas

Paulo foi apóstolo, missionário, evangelista e pastor. Em síntese, servo. Não é fácil ser pastor, todo pastor de almas precisaria seguir o padrão bíblico em seu proceder (usei o pretérito imperfeito justamente porque não é o que se observa em 100% dos casos). Nesse texto de 1 Tessalonicenses temos vários ensinamentos acerca do que Deus espera de Seus pastores. Notemos então, qual é a forma na qual o Senhor quer moldar os Seus servos. Como já disse, esses ensinamentos servem para todos os filhos de Deus, no entanto enfatizarei aqui o dever de todo pastor de almas em se amoldar a esses padrões de conduta. 

1 – Não se ocupar com coisas vãs
Porque vós, irmãos, sabeis, pessoalmente, que a nossa estada entre vós não se tornou infrutífera” (versão revista e atualizada). 1 Ts 2:1. “[...] a nossa entrada para convosco não foi vã” (versão corrigida e revisada).

O tempo é um dos bens mais preciosos que existem, e o tempo não volta, o tempo perdido está perdido para sempre. O pastor (assim como todo líder e crente fiel) não pode desperdiçar seu tempo com coisas banais, mas precisa ser focado na obra de Deus, naquilo que edifica e fortalece a fé, que produz fruto, não tornando o tempo infrutífero. Não se trata de isentar-se de lazer, passeios e momentos em que todos devem parar e descansar, rir e brincar. Trata-se de não perder o foco, pois há tempo para tudo (Ec 3:1-8). No entanto, coisas vãs podem significar também aquilo que desagrada a Deus, o que nos faz pensar na santificação e consagração da vida e do tempo. Infelizmente, em muitas Igrejas atualmente há um desajuste nessa questão, onde o tempo da Palavra tem sido restrito aos cultos e EBDs, onde não há tempo nem interesse pela Bíblia como fonte de prazer e satisfação, mas a mesma passou a ser vista por muitos como desinteressante, cansativa e monótona. O mesmo se nota com respeito à oração, seja na Igreja ou na vida particular de oração; infelizmente, em nossos dias, crentes fervorosos são vistos em muitas Igrejas como se fossem ETs. Mas quando se trata de coisas secundárias, como sociais, esportes, passeios, festas e “comes e bebes”, há uma intensa busca e demonstração de prazer. Nesse caso essas coisas tornam-se vãs, pois estão assumindo o lugar de prioridade que é devido somente a Cristo e à Sua Palavra. Seria isso um forte sintoma de carnalidade? A gestão do tempo é fundamental na vida de quem leva Deus a sério, assim como a Sua obra na face da Terra. O pensador Mário Sergio Cortella disse que “Quando você diz que não tem tempo para algo, é porque aquilo não é prioridade”. Até as pedras estão clamando, acorde povo de Deus!

2 – Prega com confiança, mesmo quando estiver passando por lutas
“Mas, apesar de maltratados e ultrajados em Filipos, como é do vosso conhecimento, tivemos ousada confiança em nosso Deus, para vos anunciar o Evangelho de Deus, em meio a muita luta”. 1 Ts 2:2.

Certa vez um pastor experiente disse para um pastor novo no ministério: “Irmão, aconteça o que acontecer, pregue a Palavra de Deus com firmeza e confiança em Deus. Não deixe transparecer às pessoas o que você está passando, mas seja o mesmo e transmita a mensagem de Deus com firmeza, confiança e alegria no coração!” De fato, quando estamos passando por lutas e dificuldades, seja em nossa vida pessoal, familiar, material, etc., temos a tendência de esmorecer, inclusive no momento de ensinar e pregar a Palavra de Deus, transferindo assim para as pessoas o sentimento que há em nossa alma.

Mas as perseguições que Paulo passou em Filipos não amorteceram a pregação do Evangelho, pelo contrário, gerou ousadia e confiança nele, fortalecendo o desejo de falar do amor de Deus às pessoas. O pastor de almas precisa aprender a lidar com as dificuldades que surgem no ministério, pois se esmorecer enfraquecerá a Igreja. Certamente há um número de crentes maduros que não se intimidam na fé se virem seu pastor enfraquecido, e até o ajudarão a se firmar. Mas não é assim sempre, e em algumas Igrejas o número de crentes frágeis, sensíveis e até fracos, pode ser maior do que em outras. Notemos a grande responsabilidade que pesa sobre os ombros do pastor de almas.

Seja qual for a sua luta, saiba e fortaleça o seu coração nessa verdade: você jamais será provado além do que possa suportar (1 Co 10:13), Deus te ama, pode e quer te ajudar. Creia no Seu infinito amor e viva pela fé nEle, apesar das circunstâncias da vida. Assim você vencerá suas lutas e terá um saldo positivo de crescimento espiritual em louvor da glória de Deus. Mas alimente sua fé, fortaleça-se espiritualmente para vencer, e Deus te dará a vitória. “Em Cristo somos mais que vencedores!” (Rm 8:37). A resistência faz parte da nossa vitória (Tg 4:6-10). Deduz-se, portanto, que a constância emocional e espiritual do pastor provém de uma comunhão íntima e fértil com Deus (Sl 25:14). Essa comunhão é geradora de amadurecimento e intimidade com Deus, que tudo vê, nos ama, está sempre perto de nós, e pode todas as coisas. Dizer que confiamos na soberania de Deus é relativamente fácil, mas é necessário viver e proceder dentro desse parâmetro doutrinário, com alegria e contentamento.

3 – Exorta com pureza
“Pois a nossa exortação não procede de engano, nem de impureza, nem se baseia em dolo”. 1 Ts 2:3.
Exortar é: animar, incitar, advertir, aconselhar, persuadir (PEB). É papel do pastor de almas exortar o rebanho, seja na pregação da Palavra ou individualmente, de modo que o povo de Deus entenda e obedeça a Palavra de Deus. Esse é um dos pontos mais difíceis de ser praticado no ministério pastoral, pois muitas pessoas não gostam de ouvir exortações, por não compreendem que a exortação provém de Deus e que o pastor está cumprindo seu dever, em obediência à ordem de Deus. Exige-se do pastor a sabedoria necessária para a boa prática da exortação, com amor e respeito, porém firme na doutrina. É aí que reside a pureza da exortação pastoral, conforme o texto citado, não procedente de engano, impureza ou dolo (lê-se “dólo”).

O pastor de almas não pode se acovardar diante de corações impenitentes, ou de ameaças. Em muitas Igrejas o pastor que exorta não é bem visto, nem bem quisto, pois a sua mensagem incomoda e até causa desconforto para os que não se dobram à autoridade do Espírito Santo. Assim, há pastores que não permanecem muito tempo em uma Igreja porque a sua mensagem, que não procede de engano, impureza nem de dolo, é uma mensagem verdadeira, pura e franca. Logo eles são rejeitados, desprezados e substituídos, na expectativa de que outro pastor seja menos contundente, “pegue mais leve”, seja mais complacente e “misericordioso”. Porém, esse pensamento procede de engano, pois a Palavra de Deus é uma só, e todo pastor fiel e zeloso na pregação falará o que precisa ser falado, isto é, o que está contido nas Escrituras. Certo pastor foi abordado por um oficial da Igreja, que lhe disse: “Pastor, o senhor prega muito sobre pecado, isso não é bom, está causando desânimo nas pessoas. Pregue mais sobre alegria e esperança, não enfatize tanto o pecado, isso afasta as pessoas!” Veja a que ponto alguns crentes chegaram. Esse pastor explicou para o amado, porém fraco irmão, que a mensagem bíblica visa fortalecer e aperfeiçoar o povo escolhido de Deus, justamente mostrando a rudeza do pecado e o estrago que ele causa, para que assim, os crentes verdadeiros sejam induzidos a se santificarem na Palavra de Deus, fortalecendo-os na fé e conduzindo-os a uma vida mais próxima de Deus. 

Realmente, pregar sobre santidade não traz muita popularidade ao pastor de almas (1 Tm 3:12). Mas a pregação reprovável, que é procedente de engano, impureza e dolo, é aquela mensagem que agrada as pessoas e traz uma falsa sensação de paz, quando na verdade a doutrina está sendo sonegada, os pecadores estão sendo enganados, e o pecado está instalado nas vidas e lares, trazendo destruição e morte. Mas é exatamente isso que acontece no contexto do século 21: Igrejas fracas, crentes carnais, costumes mundanos sendo aceitos, vidas tortas, e “crentes não convertidos” indo para o inferno. A rebeldia é explícita em nossos dias (em 1 Sm 15:23 a rebeldia é classificada como “pecado de feitiçaria”, ou seja, culto aos demônios), as autoridades constituídas são aviltadas (Rm 13:1-2), e o pecado já faz parte do cotidiano de muitos. Há pastores que não querem “mexer nessa cumbuca”, não querem “colocar a mão nesse vespeiro”, e agem como falsos pastores e covardes, sem compromisso sólido com o Altíssimo. Vivem para agradarem a si mesmos e aqueles que detém o poder sobre eles. Agem como mercenários, comprados pelo sistema carnal e demoníaco instalado em igrejas mortas, doentes e viciadas (Ap 2:13 na Igreja de Pérgamo haviam os que sustentavam as doutrinas de Balaão, o profeta pago, comprado, que armava ciladas para fazer o povo de Deus pecar). Mas a Palavra de Deus nutre a fé dos crentes verdadeiros, que não se opõe à Verdade, pelo contrário, amam de coração a pregação que exorta a uma vida santa e reta, de acordo com as Sagradas Escrituras.

Pastor, não tema o que lhe pode fazer o homem, tema a Deus! Não se curve diante daquilo que as pessoas querem de você, se curve diante de Deus e de Sua Palavra. Não se renda às ameaças de homens carnais, guiados por demônios, que não tem o Espírito Santo e querem governar no lugar de Deus desobedecendo à Sua Palavra, manipulando e sendo manipulados (em 2 Tm 3:13 o Senhor alerta sobre homens perversos e impostores e sua justa punição). Não se venda pastor, não coloque sua mensagem a venda, não se deixe conduzir por homens, seja guiado pelo Espírito de Deus, pregue a Palavra de Deus! Enfrente esses homens que protegem e escondem o pecado, como se a Igreja fosse o seu “clube particular”, e a Bíblia não fosse a Palavra do Deus vivo e verdadeiro, o Deus que É fogo consumidor. Se você teme a Deus, não se acovardará!

PASTOR, PREGUE A BÍBLIA, PREGUE A DOUTRINA PURA E SIMPLES DA PALAVRA DE DEUS!

David Wilkerson, autor do best-seller “A Cruz e o Punhal”, em uma de suas mensagens diz o seguinte: “Se o pastor prega contra determinado pecado, desagradará o grupo A da Igreja; se pregar contra outro tipo de pecado, desagradará o grupo B. Pastor, pregue a Bíblia, não importa a quem possa desagradar! Pregue a santa doutrina da Palavra de Deus!” 

4 – Prioriza agradar a Deus
“[...] visto que fomos aprovados por Deus, a ponto de nos confiar Ele o Evangelho, assim falamos, não para que agrademos a homens, e sim a Deus, que prova o nosso coração” 1 Ts 2:4. 

O correto é que se a pregação agradar a homens (e crentes sinceros se agradam) amém! Caso contrário, amém também! Mas o que se nota atualmente é que se instalou na maioria das Igrejas, um método hermenêutico e homilético, que tem por base e foco a autoajuda, onde as mensagens visam agradar as pessoas, e não visa a ajuda do Alto, da mensagem que procede de Deus, que agrada a Deus, e que transforma a vida do homem pecador em alguém cada vez mais semelhante a Jesus. A aprovação do pastor de almas pelo próprio Deus, passa por esse crivo, ou seja, Deus lhe confiou o Evangelho para que fale de um modo que agrade a Deus, e não a homens. O pastor de almas sincero e verdadeiro sabe que ele não é nada sem a graça de Deus, que prova os corações, a começar dele mesmo. Sabe que se Deus não for com ele a mensagem não surtirá efeito algum, e que ele precisa pregar de acordo com a vontade de Deus, para que seja Deus falando, não o homem, e vidas sejam transformadas e salvas. 

O exemplo de Paulo é impressionante, pois ele realmente pregava com independência livre de interesses pessoais. Ao lermos 1 Coríntios, por exemplo, e aqui mesmo em 1 Tessalonicenses, vemos claramente a intransigência de Paulo, e que a Palavra de Deus nunca foi negociada ou amenizada por ele, mas pregada com amor e austeridade. Será que por essa causa tentaram matá-lo tantas vezes? Será que por isso foi ele perseguido na maioria das cidades por onde passou? (2 Co 11:16-33). Será que foi essa ousadia que o levou à decapitação em Roma? Seria a mesma causa da prisão e morte de João Batista? E o próprio Senhor Jesus Cristo, nosso Senhor, teria tido muitos inimigos por falar a verdade e não temer o homem? Pergunto-me se em nossos dias, quantas Igrejas gostariam de ter o Apóstolo Paulo como pastor efetivo. Quantos crentes gostariam de conviver com o Senhor Jesus, ouvindo-O pregar e viver sob a Sua tutela? Perfunto: se o Senhor Jesus Se disfarçasse e viesse novamente à Terra, não seria Ele rejeitado por muitos que pensam que O conhecem, mas negam a Sua Palavra? E se O estão negando, é porque jamais O conheceram.

Se você classificou esse discurso de fariseu, ou muito radical, você já pode estar influenciado pelo reino das trevas, pois o diabo é o maior interessado em que a pregação seja maculada por interesses carnais (em Mt 16:23 Jesus repreendeu satanás que insuflava a mente de Pedro para induzi-lo a não pregar sobre o sacrifício da Cruz). Mas a pregação vinculada única e exclusivamente à Palavra de Deus, é praticada em amor, não é negociada, é pura, e é a maior prova de amor que o pastor tem para com Deus e Seu rebanho. Ele abre mão de si mesmo, seu conforto e até sua segurança para pregar essa Palavra santa. O pastor compromissado com Deus a esse ponto, é o pastor que ama de fato e de verdade o rebanho de Cristo. Mas o que prega para agradar a homens, na verdade não ama seu rebanho, pois está privando-o de seu maior tesouro, a Palavra de Deus, a revelação pura e simples, porém poderosa de Deus ao Seu povo. 

5 – Não é bajulador nem ganancioso
“A verdade é que nunca usamos de linguagem de bajulação, como sabeis, nem de intuitos gananciosos. Deus disto é testemunha. ” 1 Ts 2:5.

Paulo vai além e explora ainda mais a questão abordada nos versículos anteriores, dizendo agora que ele não era bajulador nem ganancioso. A bajulação é exatamente o que muitos crentes carnais querem, e muitos pastores fazem esse jogo com interesses materiais, almejando benefícios em troca de mensagens de veludo. Certo crente disse ao seu pastor que o povo precisava de “colo e cafuné”, o povo estaria carente precisando ouvir algo que levantasse a sua autoestima. É claro que muitos vão à Igreja buscar de tudo, menos o que o Deus vivo e verdadeiro que falar com eles. Deus cura e fortalece nossa alma nos momentos difíceis, porém o pastor não é massagista do ego das pessoas, usando artifícios como a “linguagem de bajulação”. Quem faz isso é falso pastor e está agindo com “intuitos gananciosos”, desejando obter vantagens do rebanho, enganando com falsas palavras, não procedentes de Deus. Tal pregador não ama a Deus, que um dia lhe pedirá contas, ama somente a si mesmo, querendo obter das pessoas o prestígio e o carinho que pertencem somente a Cristo. Por isso que muitas Igrejas estão doentes, apáticas, mundanizadas e enfraquecidas, por só ouvirem mensagens superficiais, feitas para agradar os carnais (em Ap 2:9 Deus revela que a sinagoga de satanás é composta de homens que se diziam judeus e não eram, isto é, diziam que eram servos do Deus altíssimo, mas não eram nada disso). Mas os bajuladores são procurados pelos crentes carnais que querem ouvir o que eles querem ouvir, e não o que Deus quer falar (2 Tm 4:1-5).

O caráter do pastor está ligado diretamente ao teor de suas mensagens, de onde elas procedem. Como é fácil detectar os bajuladores e falsos mestres, eles sentem medo de pregar a sã doutrina, serem rejeitados e dispensados. Tornaram-se reféns e por isso não tem liberdade para falar: “Assim diz o Senhor! ”. Certamente Deus também lhes pedirá contas um dia. 

6 - Não requer elogios 
“Também jamais andamos buscando glória de homens, nem de vós, nem de outros.” 1 Ts 2:6.

Muito cuidado com o orgulho, pois foi o que destituiu satanás da glória celestial quando ele quis tomar para si aquilo que pertence somente ao Senhor (Is 42:8). Essa é uma área em que muitos sofrem e caem. Todo pastor precisa saber lidar com isso, pois o carinho dos irmãos é tão grande que sempre surgem elogios, especialmente quando alguém se sento tocado por Deus através da pregação e exposição da Palavra. Nesse caso, se houver, é preciso saber manter a humildade dando toda glória a Deus. E se não houver nenhum elogio, ele não ficará frustrado, pois sabe que a glória pertence ao Senhor. Não meça sua performance através do reconhecimento humano, pois é um terreno muito volúvel, as pessoas podem elogiar ou não, e não é o fato de receber ou não elogios humanos que distingue se o seu trabalho está sendo bem feito. O que distingue isso é sua fidelidade à Palavra de Deus. Pastores amadurecidos não vivem disso, nem se deixam afetar por elogios ou a ausência deles. Do contrário seríamos tentados a fazer por onde ser elogiados, e isso é extremamente carnal e corrupto. Alguém poder ter sido tocado por Deus na pregação, e não falar nada para se proteger, não se expondo, ou mesmo para não dar a homens o mérito que é de Cristo. Esse é o entendimento que devemos ter, que Deus faz a Sua obra através de nós, e apesar de nós (Is 53:1). Isso não é álibi para qualquer tipo de despreparo na Palavra, mas serve de alento para quem se prepara, ora, busca, estuda, se santifica e até jejua em busca da ação de Deus na pregação, sendo vaso útil ao Seu possuidor (2 Co 4:7; 2 Tm 2:21), e muitas vezes parece que é tudo em vão. Não é em vão nunca, pois a Palavra de Deus nunca volta vazia (Is 55:11). O pastor precisa fixar sua mente na Palavra de Deus e em Suas promessas, do contrário não consegue permanecer no ministério pastoral com paz e alegria, florescendo para a glória de Deus. As ovelhas de Deus ouvem a voz do pastor (Jo 10:27) e isso é notório, pois sempre há um rebanho escolhido e fiel, mas há os falsos crentes também (Jo 6:66-71).

7 – Age com mansidão e amor
“Embora pudéssemos, como enviados de Cristo, exigir de vós a nossa manutenção, todavia, nos tornamos carinhosos entre vós, qual ama que acaricia os próprios filhos” 1 Ts 2:7.

Paulo começa aqui a tratar de uma das questões mais sérias do ministério pastoral: o sustento do obreiro. Esse assunto não pode ser avaliado somente à luz de 1 Ts 2, mas outros textos precisam ser considerados, como veremos mais adiante no item 10. Destaco aqui a parte b do versículo 7, onde Paulo fala do amor e mansidão com que ele tratava os irmãos. Todo líder espiritual precisa saber lidar com suas emoções e isso nem sempre é fácil, mas o Espírito Santo nos capacita com a mansidão e o domínio próprio (Gl 5:22-23). Em diversas situações trabalhamos sob pressão, e isso não é só na Igreja, em todas as profissões há pressão, mas é na Igreja em que trabalhamos com tudo que temos e somos, é ali que mergulhamos de corpo, alma, espírito, coração, família, bens, absolutamente TUDO que temos e somos! Nas demais profissões é mais fácil se fazer uma compartimentalização, onde as pressões do trabalho ficam no trabalho; mas a Igreja é uma obra espiritual, a obra de Deus é diferente e nós amamos a obra de Deus. A Igreja é o Corpo de Cristo e se a obra de Deus não for feita com a alma e o coração, não será feita corretamente, por isso sofremos, pois quanto mais amor empenhado, mais demanda, expectativa, e maior o sofrimento e a frustração também, quando as coisas não ocorrem como esperado. Aí surgem as pressões, e precisamos lidar com elas sem perder o controle, sem perder a doçura. E caso haja um momento de descontrole emocional, é necessário que haja restauração através de sincero perdão, até que tudo se restabeleça. Na Igreja não pode haver mágoas e rusgas, é necessário haver cura e restauração sincera sempre (Hb 12:15). 

A lição do Apóstolo Paulo, é que ele tratava os irmãos como uma “ama carinhosa”, mesmo sob pressões, e Paulo sofreu muitas pressões, mais do que imaginamos. O que é uma “ama”? “Substantivo feminino, mulher que amamenta criança alheia; ama de leite, criadeira” (Google Dicionários). Nós, pastores e líderes, precisamos urgentemente resgatar essa visão em nossos ministérios. Os pastores não são empregados e os líderes não são patrões, isso é uma visão torpe e distorcida dos ministérios que o Senhor nos delegou. Somos servos do povo de Deus! Precisamos ser semelhantes a amas que acariciam, cuidam e alimentam seus filhos, saram as feridas deles ajudando-os, fortalecendo-os e até carregando-os nos braços, se necessário. Isso é o que nós pastores somos, ou pelo que menos todos pastores deveriam ser. 

8 – Ama tanto que transmite o Evangelho com a própria alma
“[...] querendo-vos muito, estávamos prontos a oferecer-vos não somente o Evangelho de Deus, mas, igualmente, a própria vida; por isso que vos tornastes muito amados de nós.” 1 Ts 2:8.

O amor é o pilar de sustentação da vida cristã, sem amor a Igreja desmoronaria. Ele é também como o óleo que lubrifica o motor de uma máquina, sem amor a máquina pararia, não suportando o aquecimento das partes. A declaração de Paulo é que ele tanto amou aqueles irmãos que estava disposto a morrer por eles, e que eles eram muito amados. Todo pastor deve amar o rebanho com amor verdadeiro, real e intenso, espiritualmente apaixonado. Não é algo frio, casual, sazonal, empático, circunstancial, mas um tipo de amor duradouro e resistente. Esse amor não surge da noite para o dia, mas que precisa ser trabalhado, amadurecido e fortalecido. Não é algo nosso, mas uma dádiva dos Céus, um presente de Deus. Precisamos buscá-lo sempre em oração, e necessitamos investir nossa vontade e devoção em busca desse amor excelente que vem do coração de Deus. A prática desse amor é o único meio de fazê-lo crescer em nosso meio. Por causa desse amor para com o rebanho, o pastor está disposto a perder, sofrer, chorar, amar sem ser amado, sacrificando-se, sendo injuriado e maltratado, mas sabendo que Deus está usando a sua vida para ensinar às ovelhas como se pratica o cristianismo. Se o pastor não for o exemplo de vida cristã, estará fracassado, mas se ele conseguir vencer as barreiras pelo poder do amor, por onde passar deixará a lição de uma vida que honra a Cristo em todas as circunstâncias (Rm 12:9-21; 20-21). 

9 – Disposição para servir em toda e qualquer situação, não é preguiçoso
“Porque, vos recordais, irmãos, do nosso labor e fadiga; e de como, noite e dia labutando [...] vos proclamamos o Evangelho de Deus.” 1 Ts 2:9a.

O pastor precisa sempre estar disposto a ajudar os irmãos, custe o que custar. Ele tem prazer em ser presente na vida das pessoas, seja na hora da alegria como na hora da dor. Seja na festa ou no hospital, de dia, de noite ou de madrugada. O pastor não reclama nem fica de cara feia, nunca deixa de atender o telefone e não se ausenta nos momentos mais difíceis. Infelizmente não é o que vemos em cem por cento dos casos, mas os justos florescerão. O labor (trabalho extremo) e fadiga (cansaço) são comuns na vida do pastor disponível, daquele que não é apenas pregador, mas que busca a ovelha ferida, que atende aos que choram, e que está pronto a ajudar, ainda que seja criticado, atacado e perseguido por ser assim. Pastor querido, irmão amado, não te detenhas porque foste criticado, não cesse seu labor porque incomodou os preguiçosos, mas continue a sua tarefa, pois é para Deus que você vive e existe. Ele te vê, entende, fortalece e recompensará! Tenha misericórdia daqueles que lançam pedras sobre ti, dos que o odeiam pelo que você faz às pessoas. Recorra ao anonimato, evite falar ou ser visto por homens, exceto se não tiver jeito. Faça tudo para a glória e honra de Deus, essa é a nossa alegria! Caso não haja reconhecimento (item 6) não tem problemas, e se falarem mal de nós não nos deteremos em servir ao povo eleito de Deus, e se tivermos que morrer pela fé, morreremos cantando louvores a Deus. O pastor não pode ter problemas de autoestima, mas precisa ser forte para suportar as adversidades sem deixar de amar seu rebanho. Por isso ele está pronto a amar, pois vive próximo do amor de Deus, sabe o quanto Deus o ama, sabe a obra que Deus fez em sua vida e está fazendo na vida da Igreja. E sempre procura levar a Palavra de Deus, pois como mensageiro fiel que é, já aprendeu que a sua existência não tem valor algum, exceto pela graça de Deus em sua vida. A sua gratidão a Deus é tão grande, que o seu maior prazer é ver e saber que a Palavra de Deus está chegando aos corações aflitos.

10 – Não é pesado à Igreja (vs. 9b). Ver também 1 Co 9:7-14
“Embora pudéssemos, como enviados de Cristo, exigir de vós a nossa manutenção” ... “noite e dia labutando para não vivermos à custa de nenhum de vós” 1 Ts 2:7a, 9b.
Paulo poderia ser mantido pelos irmãos de Tessalônica, mas se absteve disso em prol do Reino. Segundo a Bíblia de Genebra (pg.1429): “A congregação era predominantemente gentílica. Isto indica que o bem sucedido ministério entre os gentios continuou depois que o acesso de Paulo à sinagoga foi cortado. Depois de sua estada em Tessalônica, que não deve ter durado mais do que alguns meses, os missionários receberam mais de uma contribuição para o sustento, provenientes da Igreja de Filipos (Fp 4:15-16). Isto, combinado com os ganhos de seus próprios trabalhos (At 18:3; 1 Ts 2:9; 2 Ts 3:7-8), significa que eles eram capazes de sustentar-se sem depender dos tessalonicenses. Seu exemplo de comportamento humilde e diligente era uma repreensão à minoria da Igreja que queria deixar de trabalhar para viver (2 Ts 3:10).” (BEG).

Essa questão é atualíssima, pois em nosso contexto há um inconsciente coletivo (ou consciente?), que os pastores ganham para a realização do ministério, e isso faz parecer que somos meros funcionários de uma firma, ou pior, mercenários. Na verdade, nós sobrevivemos da obra sob ordenança divina (1 Co 9:7-14; 1 Tm 5:17-18), para que nos dediquemos 24 horas por dia pelo Reino. Costumo dizer com orgulho santo e dignidade, que dia de folga do pastor é plantão. Acrescente que na Igreja Presbiteriana o ministério integral é o mais praticado, quase como um referencial. Mas, apesar disso, há um crescente número de pastores se dedicando a uma segunda profissão, em busca de maior segurança para si e seus dependentes, seja no momento presente ou em um planejamento familiar para o futuro, aguardando a chegada da terceira idade. Outros pastores buscaram o ministério parcial para cumprirem seu chamado, sem dependerem das Igrejas, haja visto a quantidade de impropérios, humilhações e desfeitas que muitos sofrem, em prol da realização do ministério. Não é fácil um homem deixar para trás seus sonhos e planos para dedicar-se inteiramente à Igreja, e em um dado momento ser tratado como um aproveitador do povo de Deus. A dignidade do pastor é muitas vezes colocada em xeque, simplesmente porque alguém influente, ou um grupo rebelado, não concorda com o que ele prega. Então esse homem que ouviu o chamado de Deus e se lançou de corpo e alma na obra do Evangelho, se vê à mercê de homens maus e inescrupulosos. Deus é Quem cuida de Seus filhos, mas ai do pastor que pensa que é amado e querido por todos os irmãos que o saúdam nas portas das Igrejas. Ai do pastor que pensar que a Igreja em geral se preocupa com os seus sentimentos, ou no seu futuro e de sua família. O pastor muitas vezes é odiado simplesmente pelo fato de pregar a Palavra de Deus não para agradar a homens, mas a Deus que sonda os corações (1 Ts 2:4-6). Penso que num futuro próximo a maioria dos pastores quererá ou se esforçará por ser pastor parcial, para que a pregação da Palavra de Deus e o futuro da Igreja, não se torne manipulável pelos que detém o poder. Poder sem piedade e temor de Deus, é usurpação e tirania, e Deus há de cobrar e julgar os modernos fariseus! O pastor vive da obra de Deus, as se os recursos faltarem precisa saber fazer o que for preciso para honrar o nome do Senhor que está sobre ele, sabendo que recursos não provém de homens, mas de Deus, e Deus É fiel para cumprir as Suas promessas (Sl 23:1; 1 Tm 6:8; Hb 13:5-6).

11 – Vida irrepreensível, bom testemunho
“Vós e Deus sois testemunhas do modo por que piedosa, justa e irrepreensivelmente procedemos em relação a vós outros, que credes.” 1 Ts 2:10.

Para que o obreiro de Deus possa falar o Evangelho com credibilidade, é necessário que ele viva o que está pregando. O preceder de Paulo era piedoso, justo e irrepreensível, ele vivia o que pregava. Todo pastor precisa se preocupar excessivamente, exaustivamente com essa área da vida. É como a espinha dorsal do ministério pastoral, pois é a piedade que nos mantém próximos do Altíssimo. Sem a força e o poder de Deus nenhum crente consegue se manter de pé, o que se dizer daqueles que o diabo vai atacar sem piedade para, se possível, fazê-los cair colocando a obra de Deus em descrédito? O inimigo veio somente para roubar, matar e destruir (Jo 10:10). Se o pastor cair, as ovelhas ficarão dispersas e confusas (Mt 26:31), mas apegados em Deus jamais cairemos, pois ninguém será provado além do que possa suportar (1 Co 10:13). Isso demanda de nós entrega total e submissão a Deus, o cerne da vida cristão piedosa que agrada a Deus (Sl 91:14-16), mas causa inquietação naqueles que não O reconhecem como Senhor de suas vidas (2 Tm 3:12). Portanto, o homem de Deus precisa estar preparado para sofrer, se assim for permitido por Deus, mas jamais poderá abrir mão da vida piedosa, justa e irrepreensível.

12 – Ser um pai espiritual
“E sabeis, ainda, de que maneira, como pai a seus filhos, a cada um de vós” 1 Ts 2:11.

O pastor tanto ama seu rebanho que vê e trata as pessoas como filhos na fé. Ainda que não tenha sido quem Deus usou para a sua conversão, mas sente-se convocado por Deus para cuidar do rebanho com amor de pai espiritual. É assim que a moços e moças, crianças e velhos, o pastor fiel dedica amor puro e santo, expresso em seu modo de falar, tratar, agir, pregar, conversar e cuidar. Não é algo carnal, forçado, artificial, sazonal, empático, superficial, mas verdadeiro, que provém do mais íntimo da alma e do coração do servo de Deus. O pastor não cuida apenas de alguns irmãos, mas ele cuida de cada uma das ovelhas. Ele não tem irmãos prediletos, pode até ter alguns mais chegados, porém está sempre disposto a ajudar a todos, independentemente de quem for. É nesse espírito que a Igreja precisa ver e ouvir seu pastor, como segue agora na sequência o versículo 12: o que o amor leva o pastor a fazer.

13 – Exorta, consola e admoesta
“Exortamos, consolamos e admoestamos, para viverdes por modo digno de Deus, que vos chama para o seu reino e glória.” 1 Ts 2:12.

Parece um retorno a algo que já foi dito anteriormente (item 3), mas trata-se de um reforço nas prioridades do ministério pastoral. Nem sempre o pastor é visto como pai (vs.11) e por isso muitos não querem aceitá-lo como pastor. Richard Baxter no clássico “O Pastor Aprovado” afirma que ser pastor é muito mais que pregar nos cultos, mas cuidar do rebanho. 

“Esta obra ajudará as pessoas a entender os seus deveres em relação com os seus pastores. Muitas pessoas não se dão conta de que têm o dever de ir até nós para receber ajuda nos seus problemas espirituais, nas suas dúvidas e nas suas tentações. Quando nós os visitamos, eles podem pensar que estamos entremetendo-nos ou procurando dominá-los. Alguns questionam o nosso direito de os admoestar. Não entendem bem que o Senhor nos deu esta autoridade para o seu benefício. Se os resgatássemos de se afogarem ou duma casa incendiada, então questionariam o nosso direito de os ajudar? Algumas pessoas consideram o ensino pessoal e [o discipulado] como algo novo e estranho. Mas, se todos os ministros perseverassem neste dever, então seria visto como algo normal, benéfico e aceitável. Seria maravilhoso se todos chegassem a considerar o seu ministro como um conselheiro pessoal, e não só como um pregador. A diligência na nossa obra é a melhor maneira para mudar a atitude das pessoas.” (Richard Baxter, “O Pastor Aprovado”).

O pastor precisa estar pronto a ser mordido e escoiceado pelas ovelhas mais difíceis de lidar, sem problemas. Ele aguenta isso porque o amor é maior. No final, o que interessa ao pastor é ver o rebanho subir para a glória celestial, e isso só ocorre através do ensino e pregação da Palavra de Deus, e do aconselhamento pastoral. Paulo delineia três ações básicas do ministério pastoral relacionadas à Palavra e aconselhamento: exortação, consolo e admoestação. Aqui é o momento em que o pastor desce do púlpito e trata com as pessoas pessoalmente, seja no gabinete pastoral, ou nas visitações.

Exortar – animar, incitar, advertir, aconselhar, persuadir, animar por meio de palavras.
Consolar – aliviar, tentar aliviar a dor, o sofrimento, a aflição.
Admoestar – repreender brandamente, avisar da incorreção de seu modo de agir, pensar, etc.; censurar, repreender. (Google Dicionários).

É preciso que se surja um elo de comunicação da Igreja com o pastor, mas observo com pesar, que o povo de Deus em sua grande maioria, não quer ser aconselhado. Pelo contrário, muitos e muitos veem o pastor como um intrometido, alguém que está se metendo onde não foi chamado. Mas, acima da aceitação ou não por parte das pessoas, o pastor não pode se ausentar de suas responsabilidades espirituais, pois prestará contas a Deus um dia. Ele foi chamado para cuidar do rebanho, e esse cuidado é essencialmente executado, no que tange à instrução na Palavra, através desses três elementos.

Um outro aspecto a ser explorado nesse ponto é o do tempo de ministério em determinada Igreja. Quanto tempo leva para que a Igreja confie no pastor e peça ajuda em suas lutas e dificuldades? Muitas vezes, quando o pastor começa a conhecer seu rebanho, saber dos problemas que as pessoas estão passando, o tipo de medicamento que determinadas ovelhas necessitam, etc., ele é encaminhado para outra cidade, e aquelas feridas jamais são tratadas, ou seu tratamento é protelado. É assim que crentes, famílias e Igrejas permanecem doentes anos a fio, e doenças vão se tornando crônicas. Os pastores sofrem muito com mudanças excessivas de campo, muitas vezes por questões aleatórias ou até dúbias. O que seria justificável para que um pastor fosse destacado de uma localidade para outra? Respondemos rápido dizendo que é a vontade de Deus, mas a vontade de Deus é permitida ou ativa. Será que todas Igrejas têm feito esse processo corretamente? Deus julgará cada caso, mas é certo que em muitos casos os motivos que geraram a sucessão pastoral foram secundários e não de tão grave importância e necessidade. O mais grave é quando há pecados ocultos no meio do povo de Deus e alguém não quer que esses pecados sejam tratados corretamente. Se há pessoas que não querem tirar o pecado do meio do povo de Deus, eles prestarão contas no Dia do Juízo Final, cabe a nós, pastores, entender e aceitar o momento que cada Igreja local está passando, e saber que quando chegar a hora de sair, Deus proverá outro pastor para o Seu rebanho, e outro campo para o Seu pastor. Paulo, Silas e Barnabé tiveram ministérios itinerantes, e é certo que muitos pastores também têm esse chamado hoje em dia. A sucessão pastoral pode ser muito sofrida, tanto para o pastor quanto para a Igreja, mas se cremos na soberania de Deus precisamos viver em paz com aquilo que Ele mesmo executa e permite. O pastor tem que fazer o possível para deixar a comunidade unida e sã, sem contendas ou feridas que causem sangramentos, inflamações ou amputações. É preciso zelar pelo bem estar da Igreja, e não sermos insensatos ao ponto de satanás nos usar contrariamente à obra de Deus.

CONCLUSÃO

O Ministério Pastoral é uma honra para nós, pois sabemos quem somos, de onde viemos, e a obra que Deus tem realizado em nossas vidas. Servi-Lo é o maior prazer para nós, pastores. No entanto, não podemos querer fazer uma obra de tamanha magnitude por nós mesmos, ou com nossas próprias forças. Precisamos seguir o padrão estabelecido por Deus, e mesmo que seja penoso, será o melhor para nós e para a Igreja. Se vierem lutas, tribulações, e formos enviados a lugares difíceis, a rebanhos doentes e endurecidos, seremos considerados dignos de sofrer pelo nome do Senhor. Seremos comparados a médicos, lavradores e até a mártires que tudo perderam para levar avante essa mensagem. Se nos sobrevierem bons tempos de paz, prosperidade e crescimento da Igreja, e se Deus nos conduzir a corações quebrantados e sedentos por aprender e obedecer o Evangelho, nos alegraremos e nos regozijaremos em Deus. Mas seja qual for o campo, o rebanho, ou o lugar, queremos ser conduzidos por nosso Supremo Pastor, o Senhor Jesus Cristo, de Quem somos apenas auxiliares. A Ele seja toda honra, glória e louvor, hoje e sempre, amém!

Por: Pr. Paulo Sergio Visotcky da Silva.
Congregação Peri Alto, 03/07/16, culto matutino, itens 1-3 e 5.
IPB Brasilândia sede, 03/07/16, culto vespertino, itens 1-5
IPB Brasilândia sede, 17/07/16, culto matutino, itens 6-13.

Material de apoio:
BEG – Bíblia de Estudo de Genebra
“O Pastor Aprovado”, de Richard Baxter
Google Dicionários online
PEB – Pequena Enciclopédia Bíblica.

SOLI DEO GLORIA!!!

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