“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” Mateus 28:19.
Pergunta 6 – Quantas Pessoas há na Divindade?
Resposta: Há três Pessoas na Divindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo, e estas três Pessoas são um Deus, da mesma substância, iguais em poder e glória (Mt 3:16-17; 28:19; 2 Co 13:13).
Unidade trinitária
A Trindade expressa-se na confissão da Igreja pelo Credo dos Apóstolos (Sínodo de Milão, 390 d.C.), onde se afirma objetiva e enfaticamente a crença trina nos seguintes termos: “Creio em Deus Pai, Todo Poderoso, Criador do Céu e da Terra. Creio em Jesus Cristo Seu único Filho, nosso Senhor. (...) Creio no Espírito Santo”. Diga-se, para dúvida não ficar, que o povo de Deus em Cristo Jesus não é, e nem pode ser triteista, não crê em um panteon de três divindades com ministérios, poderes e atribuições independentes, unidas apenas por convenção social ou por afinidades espirituais. Os eleitos redimidos creem num Deus único, de Pessoas distintas em Sua individualidade, mas coiguais, consubstanciais, absolutamente consensuais em majestade, poder, santidade, eternidade, afinidade, essencialidade e glória. Entre o Pai, o Filho e o Espírito não há e nem haverá conflito de espécie alguma.
A Trindade, e não uma Pessoa Divina individualmente, agiu, age e agirá na criação, na redenção, na providência e na consumação. O amor e a comunhão que Deus exige dos homens, vive-os perfeita e profundamente na inter-relação solidária e igualitária do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Deus, portanto, não é auto suficiente, de maneira solitária e egoísta, amando-Se a Si mesmo e fazendo tudo para a própria glória, majestade individual e beatificação pessoal. A perfeição das pessoas trinitárias permite uma comunhão santíssima, harmônica e irrestrita entre elas, eliminando a possibilidade de contradições e de divergências, e isto em caráter absoluta e eterno, pois Deus é imutável exatamente por ser irretocavelmente perfeito. NEle não há nem sombra de variação.
Bases bíblica e histórica
A palavra “trindade” não se encontra nas Escrituras; foi usada por Tertuliano no final do segundo século da era cristã. O designativo pertence à Igreja, adotado no Concílio de Nicéia (325 d.C.), mas a doutrina trinitária, sem dúvida alguma, é bíblica. Vemo-la, embora insipientemente, já no Velho Testamento. Na criação, percebem-se a presença do Pai, a ordenar; o Verbo Criador (Jesus Cristo), a Palavra produtivamente eficaz; e o Espírito de Deus pairando sobre as águas, certamente como vitalizador da criação (Gn 1:1-3). O Deus que dá origem a todas as coisas, no primeiro capítulo de Gênesis, chama-Se “Helohim”, plural de “Heloah”. Pode ser um plural de majestade, mas nada nos impede, exegeticamente, de crer tratar-se de uma referência implícita à Trindade, quando comparado com a pluralização do verbo fazer no versículo 26 do mesmo capítulo: “Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança”. Entendemos, por outro lado, que a personificação da Sabedoria (Pv 8:22-36; Jó 28:23-28) refere-se a Jesus Cristo, o revelador do Pai e instrumento da onisciência de Deus. Ninguém pode negar, honestamente, a presença do Espírito Santo, eficientemente atuante, implícito ou explicitamente, em todos os eventos e pronunciamentos revelacionais veterotestamentários (Ex 31:3; Nm 11:25; Jz 3:10; Is 11:2; 32:15; 42:1; 61:1; Ez 36:23-27; Jl 2:28). Calvino entendia que o “Anjo de Javé” (Gn 16:7; 24:7; 48:16; 1 Rs 19:5; 2 Rs 19:35; 2 Sm 24:16), é designação da Segunda Pessoa Trinitária, Jesus Cristo, por ter atributos divinos e aceitar a adoração, que somente a Deus se admitia em Israel.
No Novo Testamento a Trindade Se revela claramente: na encarnação de Jesus (Lc 1:35); Seu batismo de Jesus (Lc 3:21-22); na ordenação batismal (Mt 28:19); no Pentecostes (At 2:32-33); e na Bênção Apostólica (2 Co 13:13). Os quatro Evangelhos mostram a indissolúvel interdependência operativa das Pessoas Trinitárias: do Pai, que está no Filho cheio do Espírito Santo; do Filho que envia e comissiona; e do Parácleto, o Espírito Santo, pelo qual Sua presença Se efetiva na Igreja. A nossa Confissão de Fé, a de Westminster, diz que o Filho é eternamente gerado do Pai, e que o Espírito é eternamente procedente do Pai e do Filho.
Cristo e o Espírito não são “modos de ser” do Pai, são Pessoas distintas. Também não se há de afirmar, como alguns fazem na teoria ou na prática, uma hierarquia trinitária. Primeira, Segunda e Terceira pessoas não Se referem a uma ordem social de dignidades, pois todas são absolutamente iguais, mas à cronologia da revelação e aos ministérios didaticamente atribuídos ao Pai como Criador, ao Filho como Salvador, e ao Espírito Santo como Consolador e Santificador da Igreja. Nenhuma obra divina, no entanto, se realizou e se realiza sem o concurso das três pessoas da Trindade.
Conheça:
Igreja Presbiteriana de Brasilândia
22/11/15 Culto matutino.
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