domingo, 20 de dezembro de 2015

NATAL É DEUS CONOSCO!


“Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.” Isaías 7:14.

“Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um Filho, E chamá-Lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco.” Mateus 1:22-23.

No Natal comemoramos o nascimento de Jesus, Sua vinda ao mundo, Sua encarnação. Segundo alguns estudiosos é mais provável que Jesus tenha nascido em abril. Mas apesar dessa questão, o sentido do Natal não se perdeu e não se perderá jamais. Comemoramos a vinda em carne do Filho Unigênito de Deus. 

Quando Jesus Se encarnou, cumpriu-se a promessa de Deus; Ele é Maravilhoso, e demonstrou toda a Sua humildade nascendo em Belém, em uma estrebaria (curral da época) e foi colocado em uma manjedoura (coxo de animais). Filho de criação de José, e de Maria, por obra do Espírito Santo, Ele veio e cumpriu totalmente Sua missão: nasceu, viveu sem pecado, anunciou o Reino de Deus, morreu, ressuscitou, subiu aos Céus e prometeu voltar para nos buscar. Nós O aguardamos com fé e alegria!

EXPLICAÇÃO

Isaías é chamado de “o profeta evangélico” por falar muito sobre a obra redentora do Messias. Em suas páginas se encontram mais acerca da pessoa e obra de Cristo do que em qualquer outro livro do Antigo Testamento. Exemplos: 1:18; 2:4; 6:3,8; 7:14; 9:6-7; 11:9; 26:3; 35:1; 40:3; 48:16; 53:1-12; 55:1; 57:15; 59:1; 61:1-3.

Naquele contexto, a palavra de Is 7:14 teve um significado direto ao Rei Acaz. Ele era um homem mau e fez coisas terríveis, queimou seu próprio filho em sacrifício, segundo as abominações dos povos pagãos (2 Rs 16:3). Apesar de suas palavras aparentemente piedosas (vs.12), confiou e fez aliança com a Assíria (2 Rs 16:7-9). Acaz confiava no poder do homem e não no poder de Deus.

A mensagem, naquele contexto, se referia à mulher, na ocasião ainda virgem, que Isaías tomaria como sua segunda esposa (8:1-4). Ela conceberia um filho, que não teria mais de 12 ou 14 anos antes da Síria e Israel serem capturados pela Assíria. Esse é o sentido da expressão “saber desprezar o mal e escolher o bem” dos vs.15 e 16.

Mas Isaías 7:14 também traz em si a promessa da encarnação de Jesus, e isso está bem claro no final do vs.14 com o título que Lhe é conferido: “Emanuel”, que quer dizer “Deus conosco”, que é comprovado conforme Mateus 1:18-25.

ARGUMENTAÇÃO

Jesus é o Cordeiro que foi prometido por Deus, que viria para nos salvar de nossos pecados. Ele já veio, e é sobre essa promessa que iremos refletir hoje.

1 – UMA PROMESSA SOBERANA

O autor da promessa é o próprio Deus Pai; a promessa em si revela a soberania de Deus. A validade de tal promessa está em seu cumprimento. Somente o Senhor poderia fazer uma promessa desse porte, e somente Ele poderia cumpri-la. Sem dúvida alguma é uma promessa soberana. Vejamos por que: 

1.1 Tempo. Foi Ele quem inspirou o profeta Isaías, sete séculos e meio antes do nascimento de Jesus. Isaías de si mesmo não teria condição alguma de saber acerca da vinda de Jesus. E não foi invencionice dele, a prova é Mateus 1:23, quando se cumpriu a promessa.

1.2 Nascimento virginal. A concepção de Jesus, e o Seu nascimento também ocorreram soberanamente (Mt 1:18). Maria não tinha relação com homem algum, José até pensou em deixá-la quando soube da gravidez. Talvez ele pensara que Maria houvesse cometido algum pecado, mas Deus enviou o Seu anjo para falar com José, e ele amorosa e fielmente a recebeu como esposa, amou e criou aquele menino com total dedicação. 

1.3 Presença angelical. Deus enviou o Seu anjo para falar com José. Não se trata de um anjo qualquer, como um tipo de alucinação ou sonho sem sentido. Deus falou mesmo com José através do anjo. Vivemos dias em que falar de anjos é sinônimo de insanidade espiritual, mas o que José viu foi algo tremendamente real. O assunto em questão era nada menos do que a vinda do Rei do universo ao mundo!

1.4 Providência divina. Um estudo mais detalhado dos fatos que cercaram o nascimento de Jesus, prova ainda mais a soberania de Deus. O local do nascimento, Belém, também havia sido predito pelo profeta Miquéias (Mq 5:2); os anjos e os pastores (Lc 2:8-14); a estrela guia (Nm 24:17); os sábios do oriente e seus presentes, o livramento de Herodes e a fuga para o Egito. Estes eventos são só alguns, poderíamos citar muitos outros acontecimentos que provam que foi a promessa da vinda do Messias, e o cumprimente de tal promessa, revelam soberania de Deus.

2 – UMA PROMESSA GRACIOSA

A graça de Deus é notória na vinda do Messias. Somente um Deus de graça e amor enviaria o Seu próprio Filho para morrer pelos pecadores. Somente podemos compreender o plano eterno de Deus através da Sua graça. Não há outro modo de explicar o que Deus fez. 

Nenhum de nós faria isso, nenhum ser humano na face da Terra seria capaz de salvar a si próprio, quanto mais aos da sua espécie. É isso que entendemos em Isaías 43:27 que nos fala do pecado de nosso primeiro pai (Adão). O salmista também declara: “eu nasci na iniqüidade,em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51:5). O problema do pecado atingiu a todos, independente de raça, cor, credo, nível social ou cultural, todo ser humano é pecador. E o pecado tem um preço e uma consequência mortal.

“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Romanos 6:23.

A virgem concebeu, por obra do Espírito Santo, e o Messias veio para salvar os filhos de Deus. Hoje, pela graça de Deus já temos a esperança da vida eterna, que é extensiva a todo aquele que nEle crer. Essa é a mensagem da salvação que pregamos: quem crer no Evangelho, arrependendo-se de seus pecados, recebendo o Senhor Jesus em Seu coração, e submetendo-se ao Seu Senhorio, será salvo. 
“Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no Seu Nome.” João 1:12.
"Porque todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo."  Romanos 10:13.
"(...) quem ouve a Minha palavra, e crê naquEle que Me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida." João 5:24.

A promessa de Deus, traz esperança de um futuro melhor, paz ao coração quebrantado, ânimo para o pecador que se arrepende, forças para aquele que se encontra cansado espiritualmente, fé para os descrentes, libertação aos cativos e oprimidos, renovação espiritual aos fiéis, triunfo sobre o pecado, vitória sobre a morte, a salvação e a vida eterna com Deus.

3 – UMA PROMESSA FIEL

AquEle que prometeu é fiel para cumprir a Sua promessa. No tempo determinado por Deus a virgem concebeu, e o Messias veio por obra do Espírito Santo. Jesus Cristo foi enviado por Deus ao mundo, para isso tornar-se fato, Ele precisou abrir mão da Sua glória, encarnando-Se, assumindo a forma humana e vindo até nós, cheio de glória e majestade.Deus prova a Sua fidelidade no cumprimento de Suas promessas, o advento do Natal, em si, mostra esse atributo maravilhoso de Deus – Sua fidelidade.

3.1 Os pais carnais. Jesus nasceu! O Messias é Deus e Homem ao mesmo tempo. Por isso Ele também é chamado de “Filho do Homem”. Maria e José não eram perfeitos, mas foram escolhidos por Deus para essa missão gloriosa. Deus os preparou para essa missão. O anjo apareceu a Maria e lhe deu a notícia de que ela era a pessoa escolhida por Deus. E o anjo apareceu também a José para lhe dizer que cuidasse de Maria, que não a desamparasse, pois ela não havia cometido nenhum erro, mas era o Ente Santo que estava no seu ventre. Aqui nós vemos a providência de Deus. Confie naquEle que fez promessas inefáveis . Ele prometeu, e certamente cumprirá.

3.2 Data e local. O recenseamento descrito em Lucas 2 foi um evento histórico, elaborado e ordenado por Deus. Por causa desse recenseamento o casal teve que ir a Belém e lá se completaram os dias da gravidez de Maria. A cidade que é pequena, estava cheia de pessoas que tinham vindo também com o mesmo fim, e por isso não havia mais lugar para eles nas hospedarias. Somente uma estrebaria, o único lugar que o mundo teve para receber o Rei dos reis. Somente uma manjedoura, o único berço que o mundo teve para receber o Senhor dos senhores.

Que lugar nós temos dado ao Senhor. Será que temos Lhe oferecido o lugar mais especial de nossas vidas, ou O temos deixado em segundo ou terceiro plano? Fazendo uma comparação com Belém, será que temos Lhe dado o lugar mais luxuoso de nosso ser? Temos lhe dado o nosso TUDO? Ou somente o que sobrou? A estrebaria?

3.3 Os súditos do Rei. A promessa de Deus era que o Menino que havia de nascer seria chamado de Emanuel, que segundo Mt 1:23 significa “Deus conosco”. O Senhor entre nós, encarnado, verdadeiramente homem, como um de nós. É importante lembrar que Ele não deixou de ser Deus, mas em Sua encarnação passou a ter duas naturezas: a divina que sempre teve desde a eternidade, e a humana que Ele passou a ter quando Se encarnou. O Rei do universo se fez presente aqui fisicamente. Ele sempre está presente espiritualmente, o que não diminui em nada a Sua soberania. Mas naquele dia cumpriu-se a promessa de Deus, e Ele encarnou-Se. Todo Rei tem súditos, servos, pessoas que lhes respeitam, quase veneram. Com Jesus tudo poderia passar desapercebido, caso Ele não fosse Quem Ele É. Por isso, em Sua infinita graça e poder, Deus preparou os súditos do Rei.

Os pastores que estavam no campo foram saudados por anjos celestiais que cantavam hinos de adoração e lhes anunciaram o nascimento do Messias. Ele que em João 10 Se declara o Pastor que dá a vida pelas ovelhas, foi saudado por pastores assim que nasceu. Eles creram e vieram para vê-Lo e adorá-Lo.

Os reis magos (sábios) do oriente, também vieram para adorá-Lo. Estes porém, vieram seguindo a estrela guia. Que grande mistério de Deus! Estes homens também creram de um modo incontestável, e Lhe trouxeram presentes: ouro, incenso e mirra.

Se nós somos Seus súditos, devemos igualmente prestar-Lhe homenagens (nosso louvor e adoração), devemos fidelidade a Ele (nosso compromisso de vida), e devemos honrar-Lhe com nossos bens (consagrando tudo que temos, e sendo-Lhe fiéis não só de palavras, mas também com nossos dízimos e ofertas).

CONCLUSÃO

Jesus é o Cordeiro prometido por Deus, que foi enviado a nós para nos salvar. Jesus é Emanuel, Deus conosco! A vinda dEle muito nos ensina; abra o seu coração para entender o seu significado.

PROMESSAS. O mesmo Deus soberano que prometeu enviar Jesus, fez promessa maravilhosas para nós também. Ele não mudou, continua sendo e sempre será o Deus soberano. Suas promessas igualmente são soberanas e nenhuma delas deixará de ser cumprida. Passarão os Céus e Terra, porém as promessas do Senhor jamais passarão. Por que então muitas vezes parece que não acreditamos nas promessas de Deus? Se de fato cremos nelas como um aval ou testamento que o Senhor deixou para nós, devemos buscar conhecer cada uma delas. E se tais promessas tem como condição os mandamentos de Deus, faremos todo esforço possível para nos adequarmos a elas.

GRAÇA. O mesmo Deus de graça que fez uma promessa tão grandiosa como essa, e a cumpriu enviando o Seu próprio Filho Unigênito a este mundo cruel e pecador, não mudou. Ele continua sendo e sempre será um Deus de graça. A Sua Palavra e o Seu agir comprovam a Sua bondade e amor. A Sua graça é irresistível, inefável, salvadora, transformadora, regeneradora. Estamos aqui por causa da Sua graça, ela nos mantém firmes na fé. Por isso, jamais deixemos de confiar na Sua graça. Duvidar da graça de Deus constitui um dos piores pecados, pois a desconfiança de que Ele não é o Deus de graça, coloca em dúvida a próprio advento do Messias. Vivamos pela graça, mas não façamos mau uso dela, como alerta o Apóstolo Paulo em Romanos 6.

FIDELIDADE. A fidelidade de Deus se comprova em nosso dia a dia. Se andarmos com Ele certamente veremos o quanto Ele é fiel para conosco; e Ele é fiel para conosco porque acima disso Ele é fiel para conSigo mesmo, para com a Sua Palavra. Se Ele dependesse da nossa fidelidade para expressar a sua fidelidade, nenhum de nós estaria aqui. Por isso, ao invés de reclamarmos da vida, vamos glorificar a Ele por Sua fidelidade. Ao invés de questionarmos o Seu modo de agir, o Seu tempo de agir, devemos glorifica-Lo porque Ele é fiel em todas as Suas promessas. Ao invés de murmurarmos, vamos nos dedicar mais na Sua obra.

Conta as muitas bênçãos, dize-as de uma vez, e verás surpreso o quanto Deus já fez. Que sejamos fiéis a Ele também.

Pr. Paulo Sergio Visotcky da Silva
IPB de Brasilândia, São Paulo / SP
Culto matutino 20/12/15.

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