terça-feira, 16 de agosto de 2016

O PAI E O FILHO PRÓDIGO


“Comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se” Lucas 15:23-24.

A Parábola do Filho Pródigo está no bloco de parábolas que falam acerca dos que se perdem e são achados – Parábola da Ovelha Perdida (Lc 15:3-7), e Parábola da Dracma Perdida (Lc 15:8-10). Essa parábola nos fala acerca de um lar em crise, um filho rebelde e um pai amoroso; depois o filho arrependido volta para os braços do pai, e este o recebe calorosamente. Obviamente essa parábola retrata o eterno amor de nosso Pai Celeste em receber-nos de braços abertos, nós que outrora éramos perdidos pecadores. Também nos ensina que o Pai aguarda que Seus filhos voltem para casa, e que há possibilidade de restauração para todos que se arrependem. Em um contexto próximo de cada um de nós, a Casa do Pai pode ser interpretada como a Igreja, e os crentes desviados como filhos pródigos. Analisemos a parábola observando OS QUATRO MOMENTOS DO FILHO PRÓDIGO, e como Deus, o nosso Pai amado, na figura desse pai, age quando há real arrependimento e atitudes próprias.

1º momento – rebeldia
“Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe [...]” (vs.12)

Nesse primeiro momento o filho pródigo revela-se impulsivo, levado pelos desejos da carne, pela influência das más companhias, atraído pelo mundo e pelo pecado. É assim que ele agiu ao pedir a antecipação de sua parte na herança paterna, como se expressasse o desejo de que seu pai morresse e ele recebesse logo sua parte nos bens. Ele demonstra que para ele, melhor seria se o seu pai estivesse morto. Age sem pensar ou medir as consequências de seus atos. De longe, nem pensa nos sentimentos de seus queridos. Curiosamente o pai não tentou impedi-lo de ir, mas repartiu os bens liberando-o (Zc 4:6).

É assim que muitos filhos agem, inconsequentemente, com total ingratidão e maldade desprezando seus pais, pisando neles, machucando e fazendo sofrer estes que tanto os amam. É assim também que agem todos que se rebelam contra Deus, como se o Eterno e soberano Senhor não tivesse sentimentos, não sofresse. Deus não é frio nem insensível, muito pelo contrário, os sentimentos de amor que temos são reflexos do amor divinal.

2º momento – necessidade
“[...] ele começou a passar necessidade” (vs.14)

Após sair de casa o filho pródigo passou a viver exatamente como um não crente vive – em pecado. Gastou todo o dinheiro que recebera em festas e com prostitutas. Então veio um tempo de fome e necessidade e ele passou a trabalhar cuidando de porcos, mas não podia sequer comer o que os porcos comiam. Agora, para aquele povo ele valia menos que porcos.

Deus muitas vezes permite que Seus filhos rebeldes passem por situações semelhantes: desemprego, doença, dívidas, tribulações, amarguras e decepções. Ora, todos nós passamos por lutas, até os não pródigos (Mt 6:25). Porém, muitas vezes as lutas são consequências de atitudes impensadas e pecados não confessados nem abandonados, isto é rebeldia, exatamente o que vivia o filho pródigo. Quando um crente sai da Igreja e vai para o pecado, ele deixa de se alimentar da Palavra de Deus, deixa de tomar a Santa Ceia, e vai para o chiqueiro comer lavagem e coisas podres, a comida dos porcos. Sai da limpeza e da pureza da Casa do Pai para se enlamear no pecado e na podridão de satanás. Você não precisa chegar nesse ponto de tamanho sofrimento e dor. Os FILHOS podem passar necessidade, mas nos momentos de dor e sofrimento lembram-se da Casa do Pai. Isso nos leva ao terceiro momento.

3º momento – conscientização
“Então, caindo em si [...]” (vs.17)

Nesse terceiro momento, o filho rebelado começa a se conscientizar, “cair em si”, do grande erro que havia cometido. Esse é o começo da cura, o começo do retorno, o começo da restauração. Ele começa a pensar que a fome e a vergonha que o afligiam tanto não era o que se passava em sua casa, mas ali, até os trabalhadores tinham comida a vontade. Então ele começa a elaborar um plano, em sua mente começa a imaginar como seria o seu retorno, e planeja dizer para seu pai que agora ele não queria voltar, ainda que seu pai não o considerasse mais como seu filho, ele ficaria satisfeito em poder trabalhar e comer.

As necessidades da vida têm esse poder de nos fazer pensar e entender que sem Deus não somos nada, que sem Ele estamos completamente perdidos. Quando isso acontece é sinal que está acontecendo algo no interior, na alma, no coração: o arrependimento. Que bom quando isso ocorre, porque o contrário é o endurecimento que precede mais dor e sofrimento ainda. O mais interessante é que o mesmo Deus que não força ninguém a segui-Lo, chama os pecadores famintos e sedentos a beber e comer de graça da Água e do Pão da Vida (Is 55:1-2).

4º momento – restauração
“E, levantando-se, foi para seu pai [...]” (vs.20)

Agora o filho pródigo estava agindo, não somente sofrendo suas consequências, nem somente pensando o que deveria fazer, mas está fazendo, indo de volta para sua casa, indo para o seu pai. Ele ainda vinha longe quando seu pai, pais piedoso, amoroso e cheio de compaixão, o avistou e correndo o abraçou e beijou. Imagino aquele pai indo constantemente ao portão de sua casa para ver se o filho voltaria um dia. Penso nele como aquele pai ou mãe que tenta falar no celular de seus filhos quando estes demoram a retornar para casa. Aqueles pais que sofrem e choram por saber que seus filhos são imaturos ou insensatos mesmo, mas que oram e aguardam o dia da mudança, o dia da virada e da transformação de seus filhos em novas criaturas.

Muitos sabem o que precisam fazer, mas resistem ao Espírito Santo e não fazem o que Deus quer. Mas os que agem corretamente, ainda que tenham cometido erros de muito menor grau, correm para os braços do Pai Celeste imediatamente, porque sabem que nEle há restauração para suas vidas, nEle há perdão, cura e transformação. E na Casa do Pai há abundância de alimento para a alma e para o coração, não há fome, há fartura!

Deus chama e convoca todos os que ouvirem a Sua voz a buscarem a Sua presença enquanto é tempo, para que sejam libertos e transformados (Is 55:6-7).

Conclusão – Qual é o seu momento hoje?

O pai, com todo amor e carinho o recebeu e cuidou dele provendo banho – limpeza; roupas novas e limpas – honra; anel – filiação; sandália nos pés – proteção; e festa – celebração, alegria (Lc 15:7).

De certo modo todos nós fomos um dia filhos pródigos, pois está escrito que “Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus [...]” (Rm 3:10-11ss). E mais:

“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, pela graça sois salvos, e, juntamente com Ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da Sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dEle, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” Efésios 2:1-10.

Estaria você naquele momento de desespero, rebeldia, engano, confusão, pronto a jogar tudo para cima, pronto para abandonar o Pai? Pense bem, não faça isso, pois você será o maior prejudicado! Lembre o que aconteceu com o filho pródigo!

Mas talvez você já tenha errado no passado, e agora passa por lutas e tribulações em consequência do que fez, ou deixou de fazer, no caso de algum tipo de omissão. Lembre que a necessidade, seja ela qual for, pode ser suprida por Deus. Ele É a nossa Rocha, nosso alimento, nosso pão e nossa água. Ele É a água da vida, que jorra para a vida eterna e satisfaz plenamente a sede da nossa alma.

Sejamos aqueles que vivem sempre conscientes de quem somos e o que necessitamos de nosso Pai, e cônscios de que Ele jamais nos desprezará nem nos abandonará. Sejamos aqueles que correm para os Seus braços e jamais Lhe rejeitam a face, mas humildemente suplicam o Seu divino amor e perdão. Todos os que foram lavados no Sangue de Jesus vivem em constância esse terceiro e quarto momentos.

Que Deus nos abençoe e nos guarde!

IPB de Brasilândia, culto vespertino 14/08/16
Culto lar Silvio e Eliana 16/08/16.
Pr. Paulo Sergio Visotcky da Silva
SDG!!!

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